Título Original: Det Sjunde Inseglet
País: Suécia
Ano: 1957
Duração: 89 minutos
Gêneros: Drama, Fantasia
Direção: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman
Elenco:
Bibi Andersson
Max Von Sydow
Formato:
Tamanho: 365 MB
Legendado: Português
Comentário:
A introdução de O Sétimo Selo é muito poética, Antonius Block, um cavaleiro medieval, acaba de voltar das Cruzadas, depois de ver e causar tantos sofrimentos em nome de Deus questiona-se sobre o que ocorreu. Assim a Morte surge para leva-lo, porém ele precisa de mais tempo para ter conhecimento e encontrar as respostas de suas perguntas, sendo assim pede para a morte jogar uma partida de xadrez com ele, para conseguir tempo.
O xadrez é um jogo que requer puramente raciocínio e suposições, não há necessidade de sorte, como Antonius quer respostas lógicas, acredito que, por isso, este jogo fora escolhido.
O título refere-se ao livro bíblico Apocalipse, que narra que na mão de Deus há um livro com sete selos e a abertura de cada um destes implica num malefício sobre a humanidade, mas a abertura do sétimo é o que leva efetivamente ao fim dos tempos. O fim dos tempos, ao meu ver é representado na obra como a peste e a morte de todos os personagens, exceto o casal de artistas. Talvez por Bergman acreditar que a arte é a única salvação para a humanidade. Em meio a tanta miséria, Mia e Jof são felizes, pois são artistas.
O senso de humor aparece na cena em que Morte serra uma árvore para levar o artista, mas não consegue. Mostrando, a meu ver, novamente como Bergman acreditava na arte. Outro momento de humor ocorre quando as peças negras são sorteadas para serem jogadas pela Morte, que diz para o Cavaleiro, “Bem apropriado não acha?”. Como esses momentos são poucos e sutis, quis reforçar, retratando em meu comentário.
Apesar dos questionamentos do cavaleiro Antonius Block parecer blasfêmia acredito que a intenção do Bergman não é dizer que Deus não existe, ou criticar os religiosos, e sim mostrar que não importa se Deus, Diabo, Inferno, ou Céu existam, as situações são criadas pelos homens, como dizia Aristóteles: “Para problemas humanos, soluções humanas”. Bergman nos mostra que a única coisa certa é que morremos e sempre põe questões existenciais em seus filmes, o que o torna único e perfeito como diretor. No filme a morte é personificada e atinge todos através da Peste que ocorreu durante a Idade Média.
O clássico é algo presente em todos os tempos, algo que nunca morre que sempre acontece independentemente se está na Idade Média ou em 2012, sendo assim as obras de Bergman são clássicas. Exemplo disso é a incomunicabilidade do casal, que Bergman sempre retrata impressionantemente, presente também em O Sétimo Selo: Mia e Jof. Um casal feliz, que tem um filho e vivem em uma carroça fazendo arte, mas Mia, interpretada pela magnífica Bibi Andersson, não vê o mundo da mesma forma que seu marido. Enquanto Jof escreve músicas, cria metáforas para os acontecimentos, Mia só sabe dizer para ele se calar pois as pessoas o consideraram louco já que ela não entende o que ele quer dizer. Diferente das pessoas que dizem que os homens não entendem as mulheres, aqui está uma mulher que não entende seu marido, o que é pouco retratado em filmes.
Fala Gui, fala Mist, finalmente estou passando aqui no blog pra ler o post do Sétimo Selo que a Vanessa me repassou. O blog está muito bom, adorei essa ideia de vcs fazerem um blog “coletivo”, escrito “a quatro mãos”, isso é um super exercício interpretativo que só tem a ajudar todo mundo, quem posta e quem lê / comenta. Pelo que deu pra ver, a parte de cinema fica com a Mist, e a de música, com o Gui, ou vcs variam?
Lendo o post animei pra ver o filme novamente, de fato, essa crença meio “imorredoura” na arte é uma constante, e acho que por aí dá pra entender melhor o desespero do protagonista em ganhar tempo etc. E falando em Bergman, peguei esses dias o Luz em Agosto do Faulkner; pelo que deu pra ver, lembra muito Luz de Inverno. Será que é possível haver alguma transtextualidade entre os dois?
Abraços
ps: qdo vcs estiverem em Pira só dar um toque pra gente ok
Muito obrigado por comentar Franco! Você é muito bem-vindo, fique à vontade sempre! ^^
Então, a maioria dos comentários de música realmente é o Gui que faz, e eu fico mais com a parte de análise de obras de arte em forma de pinturas. Também publico alguns textos e poemas que escrevo. Já a parte de cinema, temos muitos posts feito por nós dois, também por ser o que mais postamos 🙂
Eu ainda não vi Luz em Agosto, mas verei o mais rápido que puder para poder te contar o que acho ^^
Obrigado de novo, abraços!
Eaee Franco!!
Então cara, não conheço esse livro, mas com certeza Bergman deve ter umas inpirações literárias viu haha. ENtão eu escrevi bastante comentários sobre filmes já, só que faz um tempinho que eu não escrevo, ela escreve melhor que eu sobre filmes hahaha.
Valeu por comentar!
Abraço, a gente se fala sim!