Título Original: Viridiana

País:  Espanha

Ano:  1961

Duração:  90 minutos

Gêneros:  Drama

Direção:  Luis Buñuel

Roteiro:  Benito Pérez Galdós, Julio Alejandro, Luis Buñuel

Elenco:

Silvia Pinal
Francisco Rabal
Fernando Rey

Formato: RMVB

Tamanho:  453 MB

Legendado:  Português/BR

Sinopse:

Às vésperas de ser ordenada freira, Viridiana passa uns dias na mansão do seu tio, que, obcecado com sua beleza, tenta seduzi-la de todas as maneiras. Com a morte repentina do tio, desiste da vida religiosa, indo morar no casarão do falecido. Movida pelo espírito de caridade cristã, ela abriga e alimenta todos os mendigos da região. Porém, os necessitados não se comportam do jeito que ela esperava.

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Comentário:

Acredito que Buñuel usou como sentimento, para culminar as ações em Viridiana e seu tio, a culpa. No momento em que o tio vê-se sozinho, sente-se culpado por não ter dado tanta atenção à sobrinha, Viridiana, convidando-a para ir passar uns dias em seu sítio grande, que não produz nada, e que tem uma enorme casa. A intenção muda, ao vê-la tão parecida com a mãe, sua ex-esposa, pede a mão em casamento, então pede para esta vestir-se com o vestido de noiva da mãe, e inocentemente assim faz. O tio dá sonífero a ela, e tenta se aproveitar dela, porém o sentimento de culpa novamente aparece, e então este a deixa em paz.

No dia seguinte afirma ter abusado dela, e que esta terá que casar com ele. Ao ver seu pedido recusado, o tio suicida-se. E Viridiana por continuar acreditando que foi abusada, deixa o convento. Novamente por culpa, ela decide acolher mendigos, prostitutas, leprosos e vagabundos das ruas na casa de seu falecido tio, na esperança de fazê-los trabalhar, de “corrigi-los”. Uma cena dessa tentativa de purifica-los que considerei interessante é a que mostra Viridiana rezando com os mendigos e enquanto isso, com cenas alternadas, aparecem pessoas trabalhando. Parecendo que os resultados e esforços daqueles que trabalham, enquanto isso, esse grupo rezando, que não dá resultados.

O filho de seu tio, Jorge, chega à casa, por tê-la herdado também. Acontece que tanto o tio, quanto Viridiana, Jorge, sua amante e os empregados da casa são solitários e não são afetivos uns com os outros, em contraste disso, vemos o calor humano entre os mendigos. Viridiana pode ter abrigado os mendigos, mas parece fria e distante desses.

Com este enredo original e totalmente carregado do sentimento de culpa, Buñuel mostra bem, através de simbolismos, blasfêmia e podridão humana. Atuação de Silvia Pinal e de Fernando Rey foram excelentes.

Além disso, Viridiana foi uma forma de Buñuel se vingar do governo Franco, por que ao produzir o documentário “Las Hurdes, tierra sin pan”, descreveu a vida miserável, animalesca e cotidiana dos costumes ancestrais de uma aldeia espanhola. Porém tais fatos e imagens pareciam surreais, que o governo proibiu Buñuel por dar imagens corrompidas da Espanha. Viridiana ganhou o Palma de Ouro, no Festival de Cannes, que foi subsidiado na Espanha. Obviamente Buñuel causou escândalo de novo pela Espanha, e Viridiana foi proibido na Espanha e também em outros países, como o Brasil, pelo filme ter sido proibido pelo vaticano.

Os simbolismos de crítica referentes à igreja que encontrei foram muitos, mas citarei três que são mais perceptíveis: o crucifixo que está na mão de Jorge, parece um canivete com uma lamina escondida, na cena onde Jorge separa-se da mulher com quem vive. A coroa de espinhos jogada na fogueira representando a perda de crença em Viridiana. E, principalmente a reprodução do quadro “A última ceia” de Leonardo Da Vinci, na cena onde os mendigos, após tanto vandalismo e luxúria que cometem, tiram uma foto.

Os mendigos representam claramente os apóstolos nessa cena, para irritar ainda mais a Igreja, tais mendigos são seres indiferentes à ajuda de Viridiana, quando esta chega, dois deles tentam abusar sexualmente dela, em minha opinião, uma referencia à traição de Judas. Os mendigos são Judas, e Viridiana, Jesus.

NOTA IMDB