A humanidade é constituída por nós, e não pelo EU. Não vivemos para sermos individuais: as palavras sociedade, população, povo, humanidade são singulares, são a representação de todos, a substituição do EU pelo Nós. Mas há sempre como dividirmos as pessoas, há sempre grupos, e temos que respeitá-los. E todos, independente à que grupo pertença, tem sentimentos humanos. Sentimentos que prevalecem e acompanham a humanidade por diversos motivos. Um deles é a indiferença, pois é mais fácil desprezar do que assumir o coletivo mundo, pois assim, ignorando, não vemos para que agir, não fazemos nada, e assim tudo continua sendo como sempre foi.

Anteriormente a indiferença sobre os problemas humanos existia pela ignorância destes, como no século XIX, em Nova Iorque. Jacob Riis foi o primeiro fotógrafo à tirar uma foto de uma situação desumana, para denunciar as misérias da população imigrante. Isso, na época, causou impacto e fez com que os governantes da cidade tomassem atitudes. As pessoas morriam em massa e a elite desconhecia a causa dessas mortes, com a foto a seguir, Jacob Riis, para mim, é um jornalista.

Já hoje a indiferença existe pela banalização destes. A falta de atitude, caráter, solidariedade vinda do Homem Moderno é fruto da exposição frequente que sofre hoje. Como vemos muitas coisas ruins, por serem comuns, lidamos como se fosse normal. Mas não é. Os sentimentos são o que motivam e inspiram o Homem a agir, e a falta de ação significa que os homens estão imunizados pelos sentimentos, por que foram criados vendo as condições ruins da sociedade: pessoas drogando-se, vivendo em locais desumanos ou nas ruas, morrendo ou matando… E as mídias nos mostram essas tragédias com muita frequência. Assim, a presença da morte é banalizada, e por tanto a da vida também.

A indiferença de um homem diante do próximo é a própria morte. Se o outro não existe para ele, logo não saberá quem é, visto que o outro é quem diz quem e como somos. Visto que é por causa do outro que aprendemos a viver e nos comportar em sociedade. Ignorá-lo é ignorar a si mesmo.