Por vezes as noites duram meses
Por vezes os meses, oceanos
E por vezes os braços que apertamos
Nunca mais são os mesmos
E nossos próprios braços não são os mesmos
E por vezes encontramos em nós
Em um dia
O que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes lendo Fernando Pessoa entendo que poetas são os que
Por vezes fingem que lembram que suas vidas não são o que são
E escrevem uma, querendo esconder a real
Por vezes então, chego que não sou poeta
E por vezes por escrever, penso que sim
Por vezes penso que seria feliz se não fosse detalhista
Por vezes esqueço que tinha que pensar com a mente,
E penso com o coração,
E perdendo a razão, ignorando minha mente,
Sofrendo
Por vezes lembro que por vezes
Que se pensasse pela mente
lá no fundo pensaria pelo coração
Por vezes sorrimos ou choramos, ou e choramos
E por vezes por vezes
num segundo ao seu lado
tornam-se anos